Resumo

Objetivos: Avaliar o estado de saúde oral das crianças institucionalizadas em Viseu e as reais necessidades de tratamentos dentários. Materiais e métodos: Estudo observacional transversal aplicado a todas as crianças institucionalizadas em Viseu. Foi preenchida uma ficha clínica adaptada da Associação Americana de Odontopediatra e efetuou-se observação intraoral. Foi preenchido o Índice CPOD e realizada a pesagem e a medição, foi ainda realizado às crianças, com indicação clinica para tal, uma ortopantomografia. Resultados: Das 100 crianças 55 eram do género masculino e 45 do género feminino. Idade média de 12,21 /-4,41 anos, entre os 1 e 18 anos sendo que 70% estavam com peso saudável e 81% das crianças já tinha ido previamente ao Médico Dentista, valores esses que se encontram de acordo com os dados obtidos a nível nacional (PNPSO). A média do índice CPOD foi de 3,43 /-3,58, superior à descrita pela OMS para Portugal (1,2 a 2,6) estando, a nossa amostra, classificada como risco de cárie moderado. Quanto maior a idade maior o valor do índice CPOD (p=0,000<0,05) o que está relacionado com o facto dos dentes se encontrarem erupcionados há mais tempo o que dá mais tempo para que haja deterioração dos mesmos, também as crianças que já tinham ido previamente ao Médico Dentista apresentavam um valor de CPOD significativamente maior (p=0,000<0,05), esta é uma associação positiva pois indica que as crianças que de facto tinham uma pior saúde oral estavam a ser seguidas no médico dentista previamente. Conclusões: Percebemos assim a necessidade de medidas de prevenção primária e estratégias de promoção de saúde oral para as crianças que residem em Instituições tuteladas pelo Estado, bem como para as pessoas que as auxiliam no seu dia-a-dia.