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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 42


Casos Clínicos

#105 Prevalência de má-oclusão e fatores associados numa população pré-escolar de Lisboa





Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 42
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Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018


Objetivos: O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência de má-oclusão na dentição decídua e os seus principais fatores associados numa população pré-escolar. Materiais e métodos: Foi realizado um estudo observacional e transversal. A população-alvo foi constituída por crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 5 anos, que frequentavam quatro jardins de infância da Freguesia de Alvalade (Lisboa). A recolha de dados foi realizada através de um questionário aplicado aos pais e de um exame intraoral às crianças. O questionário permitiu a obtenção de informação sociodemográfica, de saúde geral, hábitos orais, alimentares e respiratórios. O exame intraoral possibilitou a recolha de dados de má-oclusão e de cárie e foi realizado por um observador calibrado. Foi realizada a análise estatística descritiva e utilizado o teste do qui-quadrado (α=0,05). Resultados: A amostra foi constituída por 89 crianças. Obteve-se uma prevalência de má-oclusão de 83,9%, sendo os tipos mais prevalentes, o apinhamento (44,8%) e a distoclusão (41,4%). A maioria das crianças (68,2%) apresentava hábitos de sucção não-nutritivos, sendo o uso de chucha o mais frequente (81,6%). O hábito de usar chucha após os três anos verificou-se em 32,2% dos participantes. Grande parte das crianças (70,8%) foi amamentada em exclusivo até aos 6 meses e 79,5% usaram o biberão. A permanência deste hábito após os dois anos ocorreu em 34,1% das crianças. A maior parte dos participantes possuía respiração oro-nasal, não tinha hábitos parafuncionais, nem lesões de cárie ou perda precoce de dentes. As variáveis associadas de forma estatisticamente significativa à prevalência de más-oclusões foram a idade, o nível de instrução da mãe, hábitos de sucção não?nutritivos, o uso de chucha, o hábito de chuchar no dedo, a introdução de alimentos menos triturados entre os 9-12 meses, o ranger ou apertar os dentes e a presença de cárie ou perda precoce de dentes decíduos. Conclusões: Tendo em conta que a prevalência de má-oclusão na população estudada se revelou elevada e que a existência de vários hábitos deletérios foi frequente, considera-se que o diagnóstico e a intervenção precoces são importantes, de modo a evitar alterações estruturais e funcionais que perdurem.


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