Resumo

Objetivos: Avaliar os efeitos citotóxicos do peróxido de hidrogénio em fibroblastos gengivais e determinar de que forma o tempo de exposição e concentração afetam o seu potencial citotóxico in vitro. Materiais e métodos: Foram utilizados fibroblastos gengivais humanos imortalizados (ABMgood), de acordo com as indicações do repositório. Após atingirem confluência, as células foram expostas a concentrações de peróxido de hidrogénio num espectro de 0,05 μg/ml a 10 μg/ml num total de 16 concentrações diferentes, durante 1h, 24h ou 72h (n=24 para cada concentração). A viabilidade celular foi avaliada utilizando um método fluorimétrico baseado na conversão da rezasurina a resorufina. A morfologia celular foi avaliada através de microscopia ótica invertida com contraste de fase. Os dados foram analisados estatisticamente com recurso ao teste de ANOVA utilizando os testes post-hoc de Tukey e Dunnet conforme apropriado (alfa= 0,05). Resultados: O peróxido de hidrogénio induziu um efeito citotóxico moderado (viabilidade < 50% do controlo) em fibroblastos, visível a partir da menor concentração testada (0,05 μg/ ml) após 1h e 24h, e citotoxicidade grave (viabilidade < 70% do controlo) após 72h em todas as concentrações (p<0,05). A análise das micrografias obtidas demonstrou alterações celulares em concordância com estes resultados. Não foram observadas alterações significativas dependentes da dose ou do tempo. Conclusões: A exposição ao peróxido de hidrogénio resultou em efeitos citotóxicos moderados a severos em fibroblastos gengivais, associados ao tempo de exposição, e observados em concentrações inferiores às previamente referidas na literatura.