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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 30


Casos Clínicos

#074 Retalho de Avanço Coronal Modificado – Caso clínico





Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 30
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Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018


Introdução: A seleção da técnica cirúrgica na tentativa de recobrir uma recessão radicular depende principalmente das características anatómicas locais e das exigências do paciente. O retalho avançado coronal, inicialmente proposto por Norberg em 1926, é uma técnica cirúrgica indicada para correção de defeitos de recessão gengival classe I de Miller e na presença de tecido queratinizado residual com a mesma altura da recessão. O recobrimento radicular completo da raiz nem sempre é possível, mesmo em recessões gengivais sem perda de inserção interproximal e perda óssea, como acontece por exemplo em dentes com perda traumática de uma ou ambas as papilas ou em dentes rodados. Nesse sentido, a avaliação dos parâmetros que permitem determinar previamente o recobrimento radicular esperado é importante. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo masculino com 15 anos de idade, foi encaminhado para a consulta de Periodontologia na Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa, com queixas de sensibilidade e desconforto durante os procedimentos de higiene oral ao nível do dente 13. Após avaliação clínica e radiográfica, foi diagnosticada uma recessão gengival, classe I de Miller. Na 1.ª consulta, foram realizadas instruções de higiene oral, assim como modificada a técnica de escovagem. Posteriormente, e após garantir um controlo de placa bacteriana eficaz foi realizado um retalho de reposicionamento coronal associado a um enxerto de tecido conjuntivo subepitelial. A técnica cirúrgica incluiu, duas incisões horizontais biseladas, mesial e distal ao defeito de recessão, localizadas a uma distância da papila anatómica igual à profundidade da recessão mais 1 mm. De seguida foram realizadas, duas incisões biseladas oblíquas, ligeiramente divergentes, que se estenderam até a mucosa alveolar. O retalho em formato trapezoidal foi elevado com abordagem split-full-split na direção corono-apical. As papilas anatómicas foram desepitelizadas com posterior colocação do enxerto de tecido conjuntivo no leito recetor. Discussão e conclusão: A predeterminação da linha de recobrimento radicular tem diferentes aplicações clínicas, que podem melhorar o resultado final da cirurgia mucogengival. Neste caso em particular, foi útil, predeterminar a linha de recobrimento radicular, não só para gerir as expectativas, mas também para explicar ao paciente que só seria possível um recobrimento até a junção amelo-cementaria.


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