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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 23


Casos Clínicos

#057 Língua pilosa, caso clínico e revisão bibliográfica





Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 23
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Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018


Introdução: A língua pilosa é uma lesão benigna resultante de uma descamação defeituosa das papilas filiformes linguais. No que diz respeito à etiologia apresenta uma grande variabilidade de fatores. Pacientes fumadores, imunocomprometidos, com pobre higiene oral ou com patologia médica associada que lhes limite a higienização oral apresentam uma maior incidência. Normalmente assintomática, apresenta-se clinicamente com halitose, disgeusia, estimulação do reflexo do vómito e alteração da coloração, que pode ser escura ou amarelo-esverdeado, dependendo da causa. Destaca-se o crescimento de várias bactérias produtoras de pigmento ou o tingimento devido a comida ou tabaco. Ao exame objetivo, as alterações mais relevantes são, para além da alteração da coloração, a hipertrofia e alongamento das papilas filiformes na superfície dorsal da língua. Indivíduos do sexo masculino e fumadores são mais frequentemente acometidos por esta patologia. A prevalência aumenta com a idade, sendo altamente variável entre populações, podendo atingir os 11.3%. Descrição do caso clínico: Apresentam-se duas doentes do sexo feminino que foram referenciadas para a consulta de Estomatologia do Centro Hospitalar do Porto, com queixas de halitose e preocupação com placa a recobrir a língua. Sendo que uma era fumadora encontrava-se ansiosa devido à coloração escura da mesma. Ambas foram aconselhadas a promover uma rigorosa higiene oral, bem como evitar fatores predisponentes da patologia. Foi ainda realizada raspagem da zona acometida. Discussão e conclusões: O diagnóstico é feito pela inspeção visual da língua pelo clínico. O uso de um dermatoscópio permite identificar objetivamente a mudança de cor e alongamento das papilas, revelando-se um instrumento útil na caracterização da doença. É importante considerar como diagnóstico diferencial diversas patologias como candidíase oral, leucoplasia pilosa oral, acantose nigricans, líquen plano, nevo melanocítico congénito, carcinoma de células escamosas, entre outras. O tratamento passa sempre pela raspagem da região e promoção da evicção de medicação possivelmente associada, tabaco e promoção de uma boa higienização oral. Em caso de resistência à terapia, deve proceder-se a um estudo sistémico do paciente, de modo a excluir patologia sistémica ou maligna que lhe possa estar associada.


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