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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 22-23


Casos Clínicos

#056 Carcinoma Verrucoso e biópsia incisional inconclusiva – a propósito de um caso clínico





Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 22-23
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Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018


Introdução: O carcinoma verrucoso é uma variante rara e de baixo grau do carcinoma pavimento-celular. É mais frequente em homens, a partir dos 50 anos, e associa-se ao consumo de tabaco e álcool. Pode, porém, aparecer em mulheres e na ausência de fatores de risco. Apresenta-se geralmente como uma placa espessa, de distribuição difusa, bem demarcada e indolor, com projeções papilares ou verruciformes, mais frequentemente em áreas edentadas dos rebordos alveolares e nos vestíbulos orais e/ou mucosa jugal. Apesar de localmente agressivo, o seu crescimento é indolente e a metastização é pouco frequente. O diagnóstico é histológico, podendo, porém, confundir-se com outras entidades de apresentação semelhante, nomeadamente hiperplasia verrucosa, hiperplasia pseudoepitelial ou leucoplasia proliferativa verrucosa. Estas lesões verrucosas podem, também, incluir zonas de carcinoma verrucoso. Descrição do caso clínico: Mulher de 82 anos, encaminhada pelo seu médico de família por lesão branca extensa do rebordo alveolar do 2.º quadrante, vestíbulo e mucosa jugal adjacentes, com aspecto nodoso de consistência dura e indolor. Tinha antecedentes pessoais de insuficiência cardíaca e fibrilhação auricular, estando medicada com apixabano, digoxina, furosemida e valsartan. Mencionava história de alergia aos beta-lactâmicos e ausência de hábitos tabágicos ou alcoólicos. Pela extensão da lesão optou-se por biópsia incisional em dois locais da lesão. O diagnóstico histológico foi respetivamente, hiperqueratose paraqueratótica e papiloma, com focos de displasia ligeira em ambos. Apesar do diagnóstico histológico e pela elevada suspeita clínica optou-se pela excisão com lâmina e hemostase por eletrocoagulação, sob anestesia geral. Não houve intercorrências pós-operatórias. O exame anatomopatológico revelou carcinoma verrucoso, com margens de segurança livres. Discussão e conclusões: Dada a frequência de falsos negativos nas biópsias incisionais superficiais, sempre que exista uma forte suspeita clínica de carcinoma verrucoso, deve realizar-se excisão. Destaca-se a importância da experiência clínica na identificação deste tipo de lesões, dada a sua frequente confusão com outras entidades não-malignas. Confirmando-se o diagnóstico de carcinoma verrucoso, o tratamento deverá passar pela sua excisão com margens livres, com lâmina ou laser, que habitualmente é curativa, sendo rara a necessidade de tratamentos adicionais.


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