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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 20


Casos Clínicos

#050 Queilite Actínica: A Propósito de um Caso Clínico





Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 20
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Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018


Introdução: A queilite actínica é uma lesão comum do lábio, induzida pela exposição crónica ou excessiva à radiação solar. Com cariz fortemente ocupacional - nomeadamente agricultores e pescadores - , atinge maioritariamente o lábio inferior, em homens caucasianos com mais de 40 anos. Normalmente de carácter crónico, pode também apresentar-se de forma aguda, esta última mais comum em jovens. A apresentação clínica pode variar entre desidratação, descamação, edema, ulceração, placas queratóticas ou erosivas/ atróficas, fissuras e perda da demarcação entre a mucosa labial e a porção cutânea do lábio. Histologicamente pode verificar-se, na mucosa, hiperplasia ou atrofia epitelial, com ou sem displasia, e hiperqueratose; e, no tecido conjuntivo, inflamação, vasodilatação e elastose solar. A queilite actínica é uma patologia potencialmente maligna, pelo que são de extrema importância o diagnóstico precoce e tratamento e seguimento adequados. Descrição do caso clínico: Mulher, 92 anos, caucasiana. Profissão: agricultora. Sem antecedentes clínicos e/ou cirúrgicos relevantes. Apresenta-se à consulta por ´ferida no lábio” (sic), com evolução inferior a 6 meses, assintomática e com sangramento esporádico. Ao exame objetivo observa-se lesão ulcerada no lábio inferior à direita, na transição mucosa/ epiderme, com áreas de encrustação. Mais tarde, apareceu lesão idêntica no lado oposto do lábio. Realizou-se biópsia incisional e o estudo anatomopatológico confirmou o diagnóstico de queilite actínica com displasia moderada. Foi indicada a aplicação tópica de diclofenac sódico 3% (Solaraze®) e creme reparador (Cicalfate®) e cuidados de proteção solar. Ao fim de 10 semanas verificou-se remissão total das lesões no lábio. Discussão e conclusões: Estima-se que 95% dos carcinomas espinocelulares do lábio tenham sido precedidos por uma queilite actínica. A biópsia assume um papel importante, permitindo fazer diagnóstico diferencial, assim como perspectivar o prognóstico e o tratamento da patologia. O tratamento pode ser cirúrgico (vermelhonectomia) - bisturí frio, laser, criocirurgia - ou não cirúrgico - aplicação tópica de compostos como o 5-fluorouracilo ou o diclofenac, entre outros, bem como a fotoproteção e terapias fotodinâmicas. Não há, ainda, consenso relativamente à melhor estratégia terapêutica, sendo necessários mais estudos. Em qualquer circunstância, é importante o acompanhamento periódico do paciente, a fim de evitar recidivas e dimiuir o risco de malignização.


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