Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 16
Casos Clínicos
#040 Impacto do Eixo II no Eixo I: a propósito de um caso clínico
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 16
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Article History
Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018
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Resumo
Introdução: Um dos mais usados sistemas de classificação o Research Diagnostic Criteria for temporomandibular disorders baseia-se num modelo biocomportamental da dor com dois eixos: sinais e sintomas físicos (eixo I) e fatores psicológicos (eixo II). Os fatores psicológicos como a catastrofização da dor, o sofrimento psíquico, as crenças relacionadas à perceção dolorosa, humor deprimido ou ansioso e coping passivo estão relacionados com o aumento da perceção da dor, aumento dos níveis de incapacidade e distúrbios do movimento em pacientes com disfunção temporomandibular dolorosa crónica. Consideramos que a consciência somática é um fator sensório-discriminativo importante a ter em consideração neste grupo de pacientes. Descrição do caso clínico: Paciente de 23 anos, género feminino com histórico de cefaleia generalizada desde há 2 anos. Apresentava cefaleia, dor miofascial (III) generalizada na região da cabeça e cervical, bruxismo e fatores psicológicos importante relacionados catastrofização da dor e ansiedade. No período correspondente ao início da manifestação dos sintomas dolorosos sofreu alterações psicossociais e familiares relevantes. O plano de tratamento consistiu em terapia cognitivo-comportamental, medicação, goteira oclusal de estabilização, fisioterapia e encaminhamento para psicoterapia. Discussões e conclusões: Dois meses após o início da aplicação do plano de tratamento a paciente consegue identificar as situações psicológicas desencadeantes de exacerbação de sintomas, apresenta ausência de cefaleias e redução significativa da dor miofascial (II) que se encontra localizada no masséter e temporal, e é um claro exemplo do funcionamento do modelo biopsicossocial.