Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 15-16
Casos Clínicos
#039 Leucoplasia, uma lesão branca da cavidade oral a ser tratada com Laser CO2 – Caso Clínico
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 15-16
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Article History
Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018
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Resumo
Introdução: A leucoplasia é a lesão pré maligna mais prevalente da cavidade oral. É uma hiperplasia do epitélio escamoso em resposta a eventos traumáticos, e está associada a hábitos tabágicos e alcoólicos. A leucoplasia pode ser apenas uma condição puramente inflamatória, sem displasia, e, portanto, sem progressão maligna, no entanto estima-se que 20% das lesões leucoplásicas com displasia, progridam para carcinoma ao fim de 10 anos A prevalência aumenta com a idade, sendo mais frequentes a partir dos 60 anos e no sexo masculino. Cerca de 70% das leucoplasias orais são encontradas no lábio inferior, na mucosa jugal, e na gengiva Descrição do caso clínico: Doente do sexo masculino, com 69 anos, ex-fumador, é referenciado à consulta externa de Estomatologia, por lesão na porção posterior do dorso lingual, encontrada ocasionalmente numa consulta do médico dentista. Esta lesão caracteriza-se como sendo em placa, esbranquiçada e homogénea, com os bordos elevados, com cerca de 3 cms de diâmetro, indolor, não destacável e não friável. Foi realizada biopsia incisional dos bordos e da porção central da lesão, no IPO, cujo resultado do exame histológico revelou leucoplasia hiperqueratótica e HPV, sem sinais de malignidade. Foi proposta terapêutica ablativa com laser CO2, cumprindo 2 sessões, com redução franca do tamanho da lesão Discussão e conclusões: Perante a presença de uma lesão branca na cavidade oral, há que fazer o diagnóstico diferencial com múltiplas patologias, mas, perante dados epidemiológicos, características da lesão, o estado de saúde do doente e o resultado do exame histológico diagnosticou-se uma leucoplasia. O tratamento para este tipo de lesão passa por a cessação tabágica e a excisão cirúrgica, o eletrocautério, a criocirurgia ou a ablação por laser CO2. Perante a extensão, a localização da lesão e as características histológicas da lesão optou-se por ablação por laser CO2, com uma redução franca do tamanho da lesão. Este tipo de laser cujo mecanismo de ação é através do calor, constitui uma boa opção terapêutica uma vez que provoca uma ablação dos tecidos por desidratação, e hemorragia ligeira sem lesar os tecidos adjacentes, pelo que pode ser utilizada em lesões de grandes dimensões sem necessidade de enxertos O pós-operatório decorreu sem intercorrências e atualmente o doente encontra-se muito satisfeito, com vigilância apertada a cada 6 meses, dada elevada probabilidade de recorrências e a possibilidade de transformação maligna.