Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 11
Casos Clínicos
#025 Adenoma Pleomórfico da mucosa jugal: relato de um caso
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 11
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Article History
Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018
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Resumo
Introdução: O Adenoma Pleomórfico é um tumor benigno das glândulas salivares que deriva da proliferação de uma mistura de elementos ductais, mioepiteliais e mesenquimatosos. Afecta maioritariamente as glândulas salivares major (principalmente glândula parótida) e, menos frequentemente, as glândulas salivares minor (cerca de 10%). As lesões intraorais ocorrem preferencialmente no palato, seguido pelo lábio superior e mucosa jugal. Pode ocorrer em qualquer faixa etária, sendo mais comum na terceira e quarta décadas de vida e com predominância pelo género feminino (2:1). Geralmente apresent-se como uma tumefação de consistência firme, crescimento lento, indolor e sem alterações da integridade e coloração da mucosa suprajacente. Em alguns casos pode exibir crescimento rápido e ulceração. Está descrita a transformação maligna em carcinoma ex-adenoma pleomórfico em cerca de 5% dos casos. A excisão cirúrgica conservadora é o tratamento de eleição. Descrição do caso clínico: Doente do sexo feminino, 56 anos, com história de aumento de volume firme e indolor de uma massa nodular única, móvel, submucosa, na mucosa jugal direita, de crescimento insidioso com mais de 1 ano de evolução, com desconforto por traumatismo ocasional durante a mastigação, mas sem compromisso estético. Por suspeição clínica inicial de lipoma, foi referenciada para o Serviço de Estomatologia e Cirurgia Maxilo-Facial para excisão completa da lesão que se veio a revelar tratar-se de um adenoma pleomórfico de glândulas salivares minor após estudo histológico. A doente encontra-se atualmente em seguimento periódico em consulta de Estomatologia, e não apresenta sinais de recidiva 2 anos após o tratamento. Discussão e conclusões: O adenoma pleomórfico possui variadas apresentações clínicas e uma grande diversidade histológica e topográfica que deve ser tida em conta no diagnóstico diferencial destas lesões. As neoplasias glandulares benignas e malignas em fases iniciais podem apresentar características clínicas intra-orais semelhantes, pelo que o diagnóstico requer um alto índice de suspeição. A exérese cirúrgica completa da lesão constitui o tratamento de eleição e deve ser realizada de forma adequada. Apesar de apresentar um bom prognóstico, está descrita a recorrência das lesões em 5?30% dos casos, vários anos após o tratamento, pelo que se recomenda um seguimento periódico a longo prazo destes doentes.