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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 10


Casos Clínicos

#023 Quistos Periapicais Na Mandibula – Etapas De Uma Abordagem Cirúrgica





Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 10
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Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018


Introdução: O quisto periapical representa mais de 50% dos quistos odontogénicos. Esta lesão tem origem na proliferação de restos epiteliais de Malassez decorrente de um processo inflamatório crónico, como acontece na periodontite apical crónica. Tipicamente, os pacientes não apresentam sintomas até ocorrer uma exacerbação inflamatória aguda. Contudo, quistos de maiores dimensões podem cursar com um ligeiro edema, sensibilidade ou mobilidades dentárias. O dente a partir do qual se origina a lesão geralmente não apresenta resposta aos testes de sensibilidade pulpar (elétrica/térmica). Radiograficamente, traduz-se como uma imagem radiolucente periapical, habitualmente bem circunscrita, estando muitas vezes presente algum grau de reabsorção radicular. Descrição do caso clínico: Doente do género masculino, 43 anos de idade. Fumador (20 unidades maço ano), antecedentes de múltiplas cáries e abcessos odontogénicos recorrentes, sem outros antecedentes de relevo. Recorreu ao serviço de urgência por identificação de lesões quísticas mandibulares periapicais com dimensões de 11x6 mm (em relação com raiz 3.4) e 23x11 mm (em contacto com raiz de 4.5 e em íntima relação com o nervo alveolar inferior), em TC maxilar requisitado para estudo de reabilitação oral. Num primeiro tempo cirúrgico, procedeu-se a exodontia de raízes de 3.4, 4.4 e 4.5, biópsia de lesões quísticas em relação com as mesmas e descompressão do quisto na dependência da raíz de 4.5. O exame anatomo?patológico confirmou o diagnóstico de quistos odontogénicos. Seis meses após a primeira intervenção, tendo-se confirmado imagiologicamente redução nas dimensões da lesão em local de 4.5, procedeu-se a exérese do quisto periapical. Discussão e conclusões: Embora lesões quísticas de menores dimensões possam ser abordadas com tratamento endodôntico, lesões com dimensões superiores a 2 cm necessitam habitualmente de intervenção cirúrgica periapical, muitas vezes combinada com biópsia, marsupialização, descompressão ou fenestração. A descompressão quística possibilita a diminuição da magnitude das lesões, possibilitando neoformação/remodelação óssea nas margens da mesma, e assim uma menor morbilidade pós-operatória, com redução da probabilidade de fraturas maxilares. O planeamento cirúrgico com recurso a exames imagiológicos é essencial para a determinação da correta abordagem, de forma a minimizar a possível iatrogenia decorrente da cirurgia, nomeadamente a lesão do nervo alveolar inferior em quistectomias mandibulares posteriores.


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