Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 10
Casos Clínicos
#022 Líquen Plano Oral: Descrição de casos clínicos
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 10
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Article History
Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018
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Resumo
Introdução: O líquen plano (LP) oral é uma doença inflamatória crónica que afecta a pele e membranas mucosas apresentando uma incidência de 1 a 3%. O LP oral mais frequentemente afecta adultos entre 50 a 60 anos, sendo raro em crianças. Ao contrário do LP cutâneo que é mais comum em homens, o LP oral apresenta maior prevalência no sexo feminino. Apesar da sua patogénese não ser completamente conhecida, acredita-se que envolva reacção citotóxica imunomediada contra células epiteliais. Factores desencadeantes são desconhecidos.Pode ser dividido em três subtipos: reticular, eritematoso e erosivo. Mais do que um subtipo pode estar presente no mesmo doente. As lesões podem ser sintomáticas ou assintomáticas, frequentemente, são bilaterais e apresentam uma distribuição simétrica. A região posterior do vestíbulo é o local mais commumente envolvido no subtipo reticular. Para além da mucosa oral outras superfícies mucosas podem ser afectadas. O LP oral pode manifestar-se como entidade independente ou associada a outras formas de LP. O diagnóstico precoce é importante envolvendo uma revisão da história clínica, exame físico e resultado(s) histológico(s). Biópsias teciduais permitem confirmar o diagnóstico tendo elevado valor na forma eritematosa e erosiva que partilham características com outras entidades como cancro oral. Descrição do caso clínico:Ao longo do trabalho são apresentados dois casos, seguidos no CHP, de LP oral, subtipo erosivo e reticular (em associação com LP cutâneo), em doentes do sexo masculino, meia-idade bem como os protocolos de tratamento instituídos e resultados obtidos a curto e médio prazo. Os casos são discutidos em confrontação com literatura actual. Discussão e conclusões: O LP oral é uma doença crónica caracterizando-se por períodos de exacerbação e remissão. O tratamento é implementado com o objectivo de reduzir a sintomatologia e melhorar a qualidade de vida. Em casos de LP oral sintomático, o tratamento de primeira linha inclui corticóides tópicos de elevada potência. Na doença refratária ou em caso de intolerância, considerar a aplicação tópica de tacrolimus, pimecrolimus e ciclosporina ou a injecção intralesional de corticóides. Doentes que não respondem a nenhuma das terapêuticas anteriores podem beneficiar de administração oral de corticóides ou outra terapêutica sistémica imunomoduladora. O potencial de malignização permanece controverso (0.4 e 5.6%) sendo mais comum na forma erosiva.