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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 6


Casos Clínicos

#013 Síndrome Apneia obstrutiva do sono e cirurgia ortognática – a propósito de um caso clínico





Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 6
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Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018


Introdução: A síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS) corresponde a um colapso e consequente obstrução da via aérea superior durante o sono, o que leva a períodos de apneia/hipopneia e a uma diminuição da saturação de oxiemoglobina. A perda do padrão normal do sono manifesta-se desde a roncopatia à hipoventilaçao nocturna profunda. Os Médicos Dentistas têm um papel importante no rastreio da SAOS e devem fazer o correcto encaminhamento para o centro do sono, devendo estar atentos às seguintes características: retrognatia (classe II); palato profundo; arcos dentários estreitos; edentações da língua; macroglossia; aumento do tamanho das adenóides e amígdalas; alterações do tamanho da orofaringe; bruxismo; retracção gengival e perdas dentárias. As opções de tratamento são a administração, por via nasal, de uma pressão positiva de ar (CPAP), o uso de dispositivos para avanço mandibular e/ou o tratamento cirúrgico que compreende as seguintes técnicas: uvulopalatofaringoplastia e/ou avanço maxilo-mandibular. Descrição do caso clínico: Género masculino, 49 anos, raça caucasiana, braquifacial, classe III esquelética, diagnóstico de SAOS, utiliza CPAP durante a noite. Recorreu a consulta de ortodontia em contexto de clínica privada, tendo sido aconselhada tratamento ortodôntico fixo durante 12 meses (pré?operatório) para correção do arco dentário e posterior intervenção cirúrgica de avanço maxilo-mandibular. O tratamento ortodôntico teve duração de 20 meses, sendo terminado em Janeiro de 2018. Foi realizada cirurgia ortognática em Outubro de 2017, com avanço de 4 mm mandibulares e 2mm maxilares, tendo o tratamento foi dado como terminado em Março de 2018. Discussão e conclusões: A cirurgia de avanço maxilo-mandibular (AMM) compreende uma osteotomia de Le Fort tipo 1 maxilar e osteotomia sagital dos ramos mandibulares, que permitem o avanço maxilar e consequente aumento do espaço orofaríngeo e também correção do arco dentário. Este avanço promove a expansão das vias aéreas, em vários planos, podendo ser constatado nas telerradiografias de perfil, na tomografia computadorizada e na ressonância magnética. Com esta intervenção dá?se um aumento da profundidade faríngea, aumento da saturação de O2 mínima no pós?operatório, menor sonolência, aumento da atividade social e vigília e, melhorias na estética facial. A cirurgia AMM é a opção cirúrgica mais bem-sucedida para o tratamento da SAOS de moderada a grave, com uma taxa de sucesso entre 75% e 100%.


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