Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial
XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 5
Casos Clínicos
#011 Correção cirúrgica de malformações adquiridas da língua: relato de dois casos
Article Info
Rev Port Estomatol Med Dent Cir Maxilofac
Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 5
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Article History
Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018
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Resumo
Introdução: As lacerações da língua frequentemente resultam de quedas, convulsões ou mecanismos de força bruta. A sua rica irrigação sanguínea evita que muitas lacerações necessitem de sutura. A cicatrização desadequada pode comprometer a estética e prejudicar as funções da língua: articulação das palavras, degustação e manipulação dos alimentos, deglutição, mobilidade da mandíbula, além de alterações sensório-motoras. Descrição do caso clínico: Dois jovens do sexo masculino foram encaminhados à consulta de estomatologia por deformações da língua resultantes da deiscência das suturas e cicatrização por segunda intenção, de feridas incisas profundas e complexas da língua. Ambos tinham história de traumatismo da face com alto impacto. A deformidade associava-se a alteração funcional da mobilidade e da fala. Foi realizada correção cirúrgica das deformações, uma sob anestesia loco-regional, outra sob anestesia geral, com melhoria estética e funcional. As técnicas cirúrgicas utilizadas foram estabilização da língua com fio de seda, dissecção por planos, desbridamento, sutura do plano muscular profundo com pontos mattress e sutura intradérmica da mucosa. Não houve intercorrências pós-operatórias e o resultado estético e funcional foi bom. O tratamento foi complementado com fisioterapia e terapia da fala. Discussão e conclusões: A técnica de sutura de lacerações da língua deve ter em conta que este é um órgão muscular potente e propenso a deiscências. Se estiver indicada, a sutura deve ser realizada nas primeiras 6 a 8 horas e deve promover um bom encerramento do plano muscular com pontos resistentes e fio reabsorvível. Apesar do potencial de cicatrização da língua, a reparação de feridas complexas não deve ser negligenciada. Em casos com sequelas após o primeiro tratamento é obrigatório o seguimento com fisioterapia e terapia da fala.