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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Coimbra, 13 e 14 de outubro de 2017 | 2017 | 58 (S1) | Page(s) 13


Casos Clínicos

#031 Plasmocitoma da mandíbula como primeira manifestação de mieloma múltiplo: relato de caso





Volume - 58
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 13
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Received on 30/12/2017
Accepted on 30/12/2017
Available Online on 30/12/2017


Introdução: O mieloma múltiplo é uma doença hematológica maligna, caracterizada pela proliferação multicêntrica de células plasmáticas na medula óssea. As alterações provocadas pelas células neoplásicas têm diversas implicações no metabolismo ósseo e apresentam complicações como dor óssea incapacitante, hipercalcémia, fraturas patológicas e síndromes de compressão medular. A sua incidência na Europa é de 6/100.000 por ano, com uma idade média compreendida entre os 63 e os 70 anos. As manifestações orais do mieloma múltiplo não são incomuns mas o envolvimento da mandíbula como primeira manifestação é pouco frequente. Descrição do caso clínico: Doente do sexo feminino, 73 anos, com queixas de parestesias do lábio inferior com 3 meses de evolução e com lesão radiotransparente com cerca de 2 cm, sobre o canal do nervo alveolar inferior,visível em ortopantomografia. A biópsia incisional realizada foi inconclusiva, revelando uma lesão proliferativa de plasmócitos. O estudo imagiológico completo revelou várias lesões osteolíticas. Após biópsia de medula óssea e imunoelectroforese das proteínas confirmou? se o diagnóstico de mieloma múltiplo IgG/Kappa, estadio IIIA. A doente iniciou quimioterapia de imediato e terapêutica com bifosfonatos após tratamento de todas as lesões dentárias, mantendo?se em seguimento. Discussão e conclusões: O diagnóstico de mieloma múltiplo é fortemente suspeito em doentes com dor crónica óssea em várias localizações. Por sua vez, as lesões orais e maxilofaciais em doentes com esta patologia não são incomuns, mas são muitas vezes negligenciadas. Aproximadamente 5?30% dos doentes apresentam lesões na mandíbula e o seu achado acidental pode constituir a primeira evidência da doença (14% dos doentes). As manifestações podem incluir dor mandibular ou dentária localizada, parestesias, tumefação de tecidos moles, mobilidade dentária e fratura patológica pelas lesões osteolíticas. Devido à grande diversidade e variabilidade de sintomas, a doença pode ser difícil de diagnosticar. As apresentações orais clínicas e imagiológicas podem mimetizar outras patologias dentárias, levando ao atraso de diagnóstico e tratamento, pelo que os profissionais das várias áreas da saúde que lidam com patologia oral devem estar familiarizados com esta entidade.


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