Resumo

Introdução: O desenvolvimento digital da ortodontia permitiu a utilização dos alinhadores, como uma alternativa ao tratamento ortodôntico convencional (1-3). Os caninos são elementos fundamentais na dentição, em aspetos funcionais, estabelecem as guias caninas e contribuem para a desoclusão posterior durante os movimentos de lateralidade (4). O presente caso foi tratado com recurso aos alinhadores Invisalign® e consistiu na inclusão do canino 23 ectópico, devido à permanência do canino decíduo 63 em boca. Descrição do caso clínico: Paciente do sexo feminino, de 25 anos, com padrão esquelético de classe I, má oclusão de classe I canina unilateral direita e classe I molar bilateral. Além disso, apresentava o canino 63 decíduo, o canino 23 palatinizado, e os incisivos superiores e inferiores retroinclinados. Adicionalmente, a paciente exibe padrão mesofacial. Discussão: No presente caso, a nossa abordagem consistiu numa divisão em duas fases de tratamento: uma primeira fase de 46 alinhadores; e uma segunda fase de 24 alinhadores. Na maxila o objetivo foi o alinhamento dentário e a abertura de espaço para o canino 23. Na mandíbula o objetivo foi a correção do apinhamento dentário inferior ligeiro mediante a redução interproximal. Deste modo, a primeira fase permitiu a gestão de espaço para a posterior inclusão do canino 23 na arcada dentária, numa segunda fase. Adicionalmente, o torque necessário foi fornecido ao canino. O caso é então finalizado com cadeias elásticas virtuais para encerramento de espaços marginais. Conclusões: O planeamento foi executado em duas fases, separando movimentos previsíveis de pouco previsíveis. Tratou-se assim uma má oclusão que em condições normais seria de difícil execução utilizando alinhadores dentários.