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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 20-20


#046 Endoscopia de contacto – guia na excisão de lesões





Volume - 64
Supplement - S1

Pages - 20-20
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Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023


Introdução: As doenças potencialmente malignas são alterações morfológicas da mucosa oral que podem apresentar um potencial acrescido de transformação maligna, contudo nem todas são detetáveis clinicamente. Estas têm uma prevalência de 1-5% na população com maior incidência entre os 50-70 anos. Podem ser lesões únicas, localizadas sem associação a outras doenças e muitas vezes assintomáticas. Alguns exemplos são as leucoplasias, eritroplasias, líquen plano, fibrose submucosa, queilite actínica, entre outras. A endoscopia de contacto é uma técnica não invasiva que nos permite visualizar as células do epitélio da mucosa oral e a circulação superficial in vivo. Esta técnica foi pela primeira vez descrita a ser usada na mucosa aerodigestiva pelo Professor Mário Andrea, em 1993. Com este recurso podemos auxiliar a nossa monitorização das lesões potencialmente malignas, orientar biópsias e guiar margens cirúrgias aquando da excisão das lesões. Descrição do caso clínico: Apresentamos um caso de uma doente de 74 anos com antecedentes de dislipidemia, hipertensão, diabetes, não fumadora e não consumia álcool. Apresentava uma lesão leucoeritroplasica com 2 cm de maior eixo e ulceração central, mole e dolorosa à palpação no bordo lateral direito da língua e pavimento, sem adenomegalias palpáveis. No passado a doente referia que já tinham sido realizadas várias biópsias mas a lesão retornava sempre. Foi realizada uma biópsia incisional da lesão que revelou displasia grave. Sob anestesia geral a doente foi submetida a glossectomia parcial para remoção da lesão com margens, a endoscopia de contacto neste caso foi usada como auxiliar na decisão das margens de excisão. O relatório anatomopatológico relevou tratar-se de displasia epitelial oral severa com margens livres distando um mínimo de 1mm na margem posterior. Aos 6 meses de pós-op a doente encontra-se assintomática e sem recidiva da lesão. Discussão e conclusões: Este caso mostra-nos que a possibilidade de ter um meio auxiliar não invasivo e que não aumente significativamente o tempo cirúrgico pode ser uma mais-valia para o doente. O recurso à endoscopia de contacto permite por um lado ter uma atitude menos invasiva proporcionando cirurgias conservadoras em áreas importantes do corpo como seja o aparelho estomatognático e por outro lado evitar cirurgias com lesões nas margens. O diagnóstico precoce é a chave e altera significativamente o prognóstico. A doente terá de manter vigilância a longo prazo.


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