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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 8


#017 A descompressão como opção: tratamento conservador de quisto dentígero





Volume - 64
Supplement - S1

Pages - 8
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Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023


Introdução: Quistos dentigeros são quistos de desenvolvimento localizados nos maxilares que envolvem normalmente a coroa de um dente não erupcionado encontrando-se aderido ao nível da junção amelocementária. É o tipo mais comum de quistos de desenvolvimento. São mais frequentes entre os 10 e os 30 anos. Normalmente são assintomáticos, associados a dentes não erupcionados. Tornam-se sintomáticos quando ocorre crescimento com expansão óssea dolorosa e eventual assimetria facial, ou quando associados a infeção. Quando de grande dimensão devem levar a suspeita de outro tipo de lesões como queratoquisto ou ameloblastoma. O tratamento depende do tamanho, localização, diagnóstico anatomopatológico e estruturas anatómicas envolvidas. Pode ser realizado por enucleação, com ou sem exérese do dente associado, ou pode ser realizada inicialmente uma marsupialização ou descompressão e enucleação à posteriori. Descrição do caso clínico: Apresentamos o caso de uma criança do sexo masculino de 9 anos, sem antecedentes médicos relevantes, que recorreu ao serviço de urgência por edema e tumefação da hemiface direita, medicada previamente com antibioterapia sem melhoria. De destacar no exame objetivo dentição mista, dente 54 escurecido, com testes de sensibilidade pulpar ao frio negativos e abaulamento por vestibular em relação com este dente. Na ortopantomografia presença de lesão radiolúcida bem definida em relação com a coroa do dente 13, que se encontrava deslocado superiormente relativamente ao dente 23. Proposta realização de tomografia computorizada da maxila, exodontia de dente 54, biópsia da lesão, colocação de mantenedor de espaço de tipo banda-alça e colocação de tubo de descompressão fixado ao mantenedor de espaço. Esse procedimento permitiu a resolução completa da lesão quística ao fim de 4 meses. Após a esfoliação dos dentes 55 e 53 optou-se por manter o espaço para a erupção dentária através de um aparelho passivo 4:2 com manga (sleeve). Discussão e conclusões: Apesar dos quistos dentígeros frequentemente impedirem a erupção dos dentes permanentes que lhes estão associados, dentes imaturos com a raiz ainda em formação e ápice aberto mantêm o seu potencial eruptivo. Após o diagnóstico anatomopatológico confirmar a natureza da lesão, pode ser realizada descompressão, seja por marsupialização ou colocação de tubo de descompressão. Nalguns casos pode haver resolução completa da lesão que lhes está associada ou possibilitar uma quistectomia mais conservadora, permitindo um crescimento e desenvolvimento mais próximo do normal.


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