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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 7-8


#016 Extenso enfisema subcutâneo cervicofacial: uma complicação rara no tratamento endodôntico





Volume - 64
Supplement - S1

Pages - 7-8
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Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023


Introdução: O enfisema subcutâneo cervicofacial define- -se pela acumulação de ar nos tecidos subcutâneos da cabeça e pescoço. Pode resultar da infeção por microrganismos produtores de gás ou da disrupção da barreira protetora cutânea ou mucosa. Procedimentos dentários são uma etiologia rara de enfisema subcutâneo. Nestes casos, a utilização de turbina em exodontias de dentes inclusos é a causa mais frequente e o envolvimento do mediastino é incomum. No caso relatado, a utilização de turbina dentária num acesso endodôntico enviesado, dirigido à parede alveolar, terá estado na origem de enfisema subcutâneo cervicofacial com extensão ao mediastino superior. Descrição do caso clínico: Uma mulher, com 68 anos, recorreu ao Serviço de Urgência por tumefação dolorosa da face com dez horas de evolução, que teve início durante tratamento endodôntico em contexto extra-hospitalar. A intensificação das queixas levou à suspensão do tratamento e posterior observação hospitalar. À observação identificava-se exuberante tumefação dos dois terços inferiores da face, particularmente acentuada à direita, na região malar com extensão infraorbitária, que condicionava encerramento palpebral. Associava-se eritema cutâneo, dor e crepitações à palpação. Intraoralmente, a região vestibular adjacente a 12-14 encontrava- se tumefacta e dolorosa à palpação. A mucosa oral apresentava- se íntegra. Era visível obturação oclusal provisória em 12. A radiografia retroalveolar confirmava a presença de acesso endodôntico associado a perfuração iatrogénica do canal radicular em direção à parede alveolar. Em tomografia computorizada apresentava enfisema subcutâneo bilateral que se estendia desde as regiões periorbitária, temporal e malar, dissecava planos cervicais profundos e atingia o mediastino superior. Atendendo à progressão e extensão do enfisema, optou-se pelo internamento para monitorização clínica. Discussão e conclusões: O aparecimento de tumefação cervicofacial durante procedimentos dentários, cirurgia oral ou maxilofacial, obriga a considerar a possibilidade de enfisema subcutâneo, hematoma ou angioedema. Grandes volumes de ar retidos no tecido subcutâneo cervicofacial podem migrar, condicionando obstrução da via área e infeção de espaços cervicais profundos e mediastino. O diagnóstico precoce e avaliação da sua extensão, em ambiente hospitalar multidisciplinar, é essencial ao adequado tratamento do enfisema subcutâneo, evitando a progressão para complicações que podem ser fatais.


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