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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XLIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Oeiras, 13 a 14 de outubro de 2023 | 2023 | 64 (S1) | Page(s) 1-2


#003 Dente Duplo – A propósito de um caso clínco





Volume - 64
Supplement - S1

Pages - 1-2
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Received on 13/10/2023
Accepted on 13/10/2023
Available Online on 13/10/2023


Introdução: Dente duplo é uma anomalia dentária congénita, que se manifesta com alterações na forma do dente. Ocorre maioritariamente nos dentes decíduos (0,5-0,7%) e uma pequena parte nos definitivos (0,1%). Pode originar-se por fusão ou geminação. Na geminação um único gérmen divide-se parcialmente em 2 partes. O processo de fusão envolve 2 gérmens dentários que, durante a odontogênese, se unem para formar um só dente. Estes dentes podem provocar problemas ortodônticos e apresentam maior predisposição para o desenvolvimento de cáries e problemas periodontais, devido aos sulcos e fissuras que se podem estender subgengivalmente. O impacto estético também é uma queixa comum. A presença destas complicações e as expetativas estéticas do doente ditam a necessidade de tratamento. Descrição de caso clínico: Menino, de 7 anos, sem antecedentes de relevo. Sem história de traumatismos alveolo-dentários, infeções sistémicas ou exposição a radiação em excesso. Familiares sem anomalias dentárias. Encaminhado para a consulta de Estomatologia por múltiplas cáries na dentição decídua. Apresentava queixas de odontalgia no 3º quadrante. Ao exame objetivo extra-oral, sem dismorfias faciais nem fácies sindrómica. Intra-oralmente, com dentição mista e cáries em dentes decíduos. Oclusão classe I e ausência de alterações esqueléticas. Foi observado um dente anómalo, no espaço de 41 e 42, com uma coroa larga e um sulco que se estendia pela face vestibular até ao bordo incisal, mimetizando a divisão do dente em 2 partes. O estudo radiológico foi compatível com o diagnóstico de dente duplo por fusão dos dentes 41 e 42. Uma vez que o paciente está numa fase de desenvolvimento crânio-maxilo-facial, não apresenta problemas ortodônticos nem periodontais, optou-se por um tratamento conservador/expectante. Os cuidados de higiene foram reforçados e as consultas de vigilância mantidas com frequência. Discussão e conclusões: O dente duplo é uma anomalia dentária rara, mais frequente nas crianças. A caracterização do endodonto, através dos exames de imagem, ajuda a distinguir fusão de geminação e a eleger o melhor tratamento. Quando não causa problemas, pode optar-se por um tratamento conservador com reforço das medidas de higiene, vigilância apertada e colocação de selantes em sulcos e fissuras para evitar o aparecimento de cáries.


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