Resumo

Objetivos: Com este estudo pretende- se realizar uma revisão sistemática que compare a eficácia e a pertinência da colheita de saliva como amostra para a deteção molecular de SARS-CoV- 2, quando comparada com a zaragatoa nasofaríngea. Materiais e métodos: O levantamento bibliográfico foi realizado nas bases de dados PubMed, Scopus e Web of Science. Esta pesquisa seguiu o protocolo de revisão sistemática definido pelo PRISMA. Foram selecionados artigos em Português e Inglês, publicados até 15 de março de 2021, referentes à espécie humana, para responder à seguinte questão PICO: ´As amostras salivares são tão eficazes quanto as zaragatoas nasofaríngeas para a deteção de SARS-CoV- 2 em pacientes-´. Foram incluídos artigos com estudos in vivo, nos quais é analisada a viabilidade da deteção de SARS?CoV? 2 através de saliva, em comparação com amostras nasofaríngeas, tendo estas como controlo. Foram também considerados estudos com amostras salivares misturadas com secreções faríngeas e muco do trato respiratório inferior (expetoração e saliva profunda). Foram excluídos estudos com amostras constituídas apenas por pacientes infetados por SARS?CoV? 2, estudos com múltiplas testagens, bem como estudos nos quais o controlo não é a zaragatoa nasofaríngea. A seleção dos artigos, extração de dados e a avaliação do risco de viés foram realizados por dois revisores. Uma síntese narrativa dos estudos foi realizada sem a junção dos dados quantitativos devido à variabilidade da metodologia encontrada. Resultados: Partindo de 434 artigos identificados, 14 estudos que cumpriram os critérios de elegibilidade foram incluídos nesta revisão sistemática, dos quais 9 casos?controlo e 5 revisões sistemáticas/meta? análises. Todos os artigos compararam a saliva com o esfregaço nasofaríngeo. Independentemente dos testes realizados, foram encontrados valores de sensibilidade entre os 51,9% e 100%, e especificidades de 89,2% a 99,47% para a saliva. Conclusões: As amostras salivares podem ser utilizadas no diagnóstico de COVID? 19. São especialmente úteis para testagens recorrentes e em massa. No entanto, existem algumas reservas em relação ao seu uso em pacientes em meio hospitalar, pacientes assintomáticos ou com baixa carga viral.