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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

SPEMD - XXXIX Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) - O Congresso do Centenário Porto, 18 e 19 de outubro de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 15-16


Casos Clínicos

#035 Hiperplasia endotelial papilar intravascular oral: a propósito de um caso clínico





Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 15-16
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Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019


Introdução: A hiperplasia endotelial papilar intravascular é uma lesão vascular reativa caracterizada por proliferação endotelial excessiva no interior de vasos sanguíneos. Pode associar-se a trombos em organização ou ser secundária a outras lesões vasculares (hemangiomas e granulomas piogénicos). É um achado incomum na cavidade oral, onde os lábios são o principal local afetado. Clinicamente, apresenta-se sob a forma de nódulos azulados, de aspeto semelhante a hemangiomas, mucocelos e varicosidades. A sua principal particularidade é a semelhança histológica com o angiossarcoma, podendo ser erradamente interpretada como uma neoplasia maligna. Descrição do caso clínico: Género feminino, 56 anos, caucasiana, antecedentes de insuficiência renal crónica e doença bipolar. Encaminhada para consulta de Estomatologia por tumefação lingual direita, com várias semanas de evolução e aumento progressivo de volume. Nega traumatismo local. Objetivou-se uma tumefação nodular no terço posterior do dorso da hemilíngua direita, bem delimitada, de cor azulada, consistência duro-elástica, indolor à palpação e sem alteração da mucosa de revestimento. A ressonância magnética confirmou a presença de uma formação nodular com 12 mm de maior eixo, que não cruzava a linha média. A doente foi submetida a biópsia excisional, cujo estudo anatomopatológico evidenciou uma lesão vascular compatível com hiperplasia endotelial papilar intravascular. Até à data não houve registo de recorrência. Discussão e conclusões: A etiologia da hiperplasia endotelial papilar intravascular permanece desconhecida, sendo a proliferação endotelial a partir de uma reação inflamatória crónica ou a irritação decorrente de traumatismo local possíveis agentes causais. É mais comum no género feminino e, na cavidade oral, os lábios e língua são os locais mais frequentemente afetados. O seu caráter clínico inespecífico dificulta o diagnóstico, face à existência de outras lesões de aspeto macroscópico idêntico que são mais frequentes. O diagnóstico definitivo requer um exame histopatológico, distinguindo-se do angiossarcoma por não apresentar atipia celular, áreas de necrose ou padrão de crescimento invasivo, sendo uma lesão bem circunscrita. No caso apresentado, a ausência destes achados confirmou a benignidade da lesão, levando ao seu diagnóstico. O tratamento recomendado é a excisão cirúrgica. São raros os casos de recorrência, comumente associados à excisão incompleta da lesão, o que reflete um bom prognóstico.


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