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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

SPEMD - XXXIX Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) - O Congresso do Centenário Porto, 18 e 19 de outubro de 2019 | 2019 | 60 (S1) | Page(s) 13-14


Casos Clínicos

#031 Quando um abcesso odontogénico se revela um linfoma: relato de caso clínico





Volume - 60
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 13-14
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Received on 18/12/2019
Accepted on 18/12/2019
Available Online on 18/12/2019


Introdução: Os linfomas constituem uma patologia maligna heterogénea, caraterizada pela proliferação de células linfóides ou seus precursores. Representam 2,2% de todas as neoplasias malignas da cabeça e pescoço, sendo apenas ultrapassados pelo carcinoma epidermóide. O seu diagnóstico é desafiante por poderem mimetizar diversas patologias, como abcesso odontogénico, doença periodontal, osteomielite ou mesmo outras neoplasias. Descrição de caso clínico: Género feminino, 87 anos, antecedentes de hipertensão arterial, hipotiroidismo e fibrilhação auricular. Recorreu ao Serviço de Urgência por tumefação submandibular direita dolorosa, com 2 meses de evolução e agravamento nas últimas 3 semanas, após extração dentária no 4.º quadrante. Havia cumprido antibioterapia (Amoxicilina Ácido Clavulânico seguida de Clindamicina) sem melhoria. Realizou TC maxilofacial revelando eventual processo inflamatório, pelo que foi internada para antibioterapia endovenosa. Ao 4.º dia, por manutenção do quadro, foi pedida observação por Estomatologia: tumefação submandibular direita, dura, sem sinais inflamatórios ou flutuação; intraoralmente sem drenagens ou abaulamentos. Após discussão com Radiologia, pedida TC com contraste, que não conseguiu excluir neoplasia maligna. Realizada biópsia aspirativa, cuja citologia e imunohistoquímica apontaram para processo linfoproliferativo. De seguida, uma biópsia ganglionar cervical confirmou o diagnóstico de Linfoma Difuso de Grandes Células B. A doente foi orientada para Consulta de Hemato?Oncologia e iniciou quimioterapia. Discussão e conclusões: Os linfomas não apresentam predileção de género e manifestam-se geralmente após a 7.ª década de vida. Pela sua raridade, todos os relatos de caso são importantes para cimentar o conhecimento existente. Os achados intraorais mais frequentes incluem ulcerações, dor, edema e mobilidade dentária, enquanto extraoralmente se pode objetivar assimetria facial e linfadenopatias cervico-faciais, mimetizando outras patologias e levando muitas vezes a longos e ineficazes cursos de antibióticos, como neste caso. O atraso no diagnóstico e o tratamento incorreto conduzem, inevitavelmente, ao agravamento do prognóstico. É necessária elevada suspeição clínica, sendo a imagiologia uma ajuda na orientação diagnóstica. Contudo, a confirmação requer exame anatomopatológico. O Linfoma Difuso de Grandes Células B é agressivo e de curso clínico variável, embora remissões iniciais de 60?80% sejam relatadas com quimioterapia.


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