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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 23-24


Casos Clínicos

#058 Granuloma de Plasmócitos gengival – Um caso raro





Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 23-24
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Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018


Introdução: O granuloma de plasmócitos é uma lesão reativa não neoplásica rara formada por células plasmocitárias policlonais. Manifesta-se frequentemente nos pulmões mas, raramente, pode aparecer noutras localizações. Quando surgem na cavidade oral afetam frequentemente tecidos móveis como os lábios, mucosa jugal e língua. A afeção da gengiva é rara, havendo poucos casos reportados. Descrição do caso clínico: Homem, 59 anos, raça negra, antecedentes pessoais de hipertensão arterial e dislipidémia, vem à consulta externa de Estomatologia por tumefação gengival vestibular junto aos incisivos superiores com 5 meses de evolução. A tumefação aumentou progressivamente, não era dolorosa e sangrava durante a higiene. Refere lesão semelhante há 5 anos. À observação apresentava tumor de consistência elástica com cerca de 2x1cm, com origem na gengiva aderente junto a 1.1 e 2.1, cor vermelha e não doloroso. Placa bacteriana abundante em 1.1 e 2.1. Fez-se biopsia excisional cujo resultado histopatológico revelou fragmento revestido por epitélio pavimentoso estratificado sem atipia, constituído por proliferação de plasmócitos maduros, suportados por estroma de tecido de granulação com áreas colagenizadas e outras mixóides. Plasmócitos reativos, policlonais, CD56 negativos, com expressão de cadeias leves kappa e lambda, achados compatíveis com Granuloma de Plasmócitos. Quatro meses após a excisão o doente está assintomático e sem sinais de recidiva. Discussão e conclusões: Os granulomas de plasmócitos são lesões inflamatórias benignas. Biopsia e avaliação histopatológica e imunológica devem ser feitos para excluir discrasias plasmocitárias ou neoplasmas. É importante diferenciar o granuloma de plasmócitos do plasmocitoma extramedular (que pode ter apresentação semelhante e pode ser maligno ou precursor de malignidade) e do mieloma múltiplo (dado o seu mau prognóstico) uma vez que o tratamento e follow-up é diferente. Os granulomas de plasmócitos tratam-se com excisão e remoção de possíveis factores causais ao passo que o plasmocitoma extramedular pode requerer quimioterapia e/ou radioterapia após excisão. A etiologia do granuloma de plasmócitos é incerta. Pensa-se que a presença de uma grande quantidade de plasmócitos represente uma alteração da reação antigénio/anticorpo. Uma origem parasitária também foi considerada. Este caso mostra a importância do estudo histopatológico em lesões de aspeto pouco comum de forma a orientarmos o doente com o tratamento e seguimento adequado.


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