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Revista Portuguesa de Estomatologia, Medicina Dentária e Cirurgia Maxilofacial

XXXVIII Congresso Anual da Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD) Lisboa, 12 e 13 de outubro de 2018 | 2018 | 59 (S1) | Page(s) 19


Casos Clínicos

#047 Leucoplasia verrugosa localizada no bordo da língua





Volume - 59
Supplement - S1
Casos Clínicos
Pages - 19
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Received on 30/11/2018
Accepted on 30/11/2018
Available Online on 30/11/2018


Introdução: A qualquer placa branca localizada no bordo da língua, não removível por raspagem e não sendo classificada como entidade nosológica conhecida, designa-se leucoplasia. Estas placas têm potencial para evoluir para carcinoma de células escamosas devendo por isso ser eliminada cirurgicamente. As leucoplasias podem ser homogéneas ou não homogéneas; ter aspeto verrugoso ou aspeto granular, sendo estas últimas consideradas as mais perigosas. No caso dos fumadores, se desaparecerem com a cessação tabágica são classificadas como placa branca associada ao hábito tabágico e não têm potencial para malignizar. Todas as placas removidas cirurgicamente devem ser sujeitas a exame anátomo-patológico para despiste de carcinoma de células escamosas e verificar se há displasia celular. A remoção deve abarcar toda a placa para permitir um exame histológico completo. Descrição do caso clínico: AL, masculino, 76 anos, fumador, deslocou-se à FMDUP com queixas de alteração da mucosa localizada no bordo da língua do lado esquerdo. Ao exame clínico apresentava uma placa branca, fixa, com aspeto exofítico composta por duas partes, uma de 1,5cm e outra 0,5cm de comprimento. O diagnóstico clínico foi leucoplasia verrugosa e foi aconselhado a deixar de fumar e fazer a remoção cirúrgica da placa seguida de exame anátomo-patológico. As placas foram removidas e suturou-se com seda 4 zeros. Passados 10 dias foi retirada a sutura e 1 mês depois avaliada a cicatrização. O exame histológico revelou mucosa do tipo lingual com aspeto acantólico, verrugoso, hiperqueratose epitelial com atipia celular mínima. Quando as placas brancas são homogéneas e associadas ao fumo de tabaco, a atitude a tomar é a cessação tabágica. Se passado 1 mês elas tiverem desaparecido, considera-se hiperqueratose associada ao tabaco e não leucoplasia verdadeira. Neste caso, como o doente estava renitente em deixar de fumar e a placa era não homogénea e verrugosa, foi classificada como leucoplasia verrugosa e feita exérese para despiste de carcinoma de células escamosas. A exérese foi total. O exame histológico revelou benignidade com caraterísticas compatíveis com leucoplasia verrugosa (acantose, hiperqueratose verruciforme e atipia celular). A atipia era mínima e a lesão cicatrizou sem evidência de recorrência. O doente foi aconselhado a deixar de fumar e a fazer controlos trimestrais. Se recidivar, deve ser removida novamente respeitando as margens de segurança.


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